Em ranking de desmatamento em terras indígenas, Marãiwatsédé é a primeira colocada

Em Mato Grosso, 205 quilômetros quadrados (km2) do bioma amazônico foi desmatado em março de 2021, representando 25% do total de 810 km2 destruídos na Amazônia Legal nos mesmos 31 dias do corrente ano.

Os dados são do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), obtidos via Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), que monitora via satélite as áreas desflorestadas na região.

Em toda a região, os números do Imazon revelam que houve aumento de 216% de desmatamento em relação ao mesmo mês do ano passado, quando o desflorestamento somou 256 km² e a área derrubada representa o maior valor da série histórica dos últimos 10 anos referente ao mês de março. No Estado, esse incremento foi de 377%. Em março de 2020, a destruição florestal atingiu 43 km2 do território mato-grossense.

Juntos, Mato Grosso e o Pará concentram 60% da devastação detectada na Amazônia no mês passado. O percentual de desmatamento por estado é o seguinte: Pará (35%), Mato Grosso (25%), Amazonas (12%), Rondônia (11%), Roraima (8%), Maranhão (6%), Acre (2%) e Tocantins (1%). O acumulado de janeiro a março em 2021 também apresenta recorde de desmatamento: o total desmatado é o maior da série de 10 anos, mais do que o dobro do registrado em 2020.

Já as florestas degradadas somaram 64 km2 em março passado na Amazônia, o que compreende um aumento de 156% em relação ao mesmo mês de 2020, quando 25 km foram degradados. Em março de 2021, a degradação foi detectada em Rondônia (39%), Mato Grosso (36%) e Pará (25%). Em Mato Grosso, houve um aumento de 1.050% de degradação, saltando de 2km2 para 23 km2 no mesmo período. O desmatamento consiste na conversão total da floresta para outra cobertura e uso do solo, enquanto a degradação é um distúrbio parcial na floresta causado pela extração de madeira ou por queimadas florestais.

Entre os 10 municípios mato-grossenses considerados mais críticos, estão Nova Bandeirantes e Juara, respectivamente 1.026 km e 709 km ao Norte de Cuiabá.

Já a terra indígena (TI) Marãiwatsédé, localizada nos municípios de Alto Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia e São Félix do Araguaia, aparece na primeira colocação do ranking do desmatamento verificado em áreas indígenas.

Por lá, a derrubada atingiu 4km2. Em março deste ano, a maioria (66%) do desflorestamento ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse. O restante foi em assentamentos (22%), unidades de conservação (11%) e TIs (1%).

FISCALIZAÇÃO - O Governo de Mato Grosso garante que implantou a política da tolerância zero com o desmatamento ilegal e está investindo no monitoramento e fiscalização para prevenir as ilicitudes.

A ideia é que ao identificar a alteração de vegetação por imagens de satélite precisas, o Estado avisa por e-mail ao produtor sobre o alerta e providencia a fiscalização in loco para proceder com a penalização do infrator.

Detectada a irregularidade, são aplicadas multas, embargadas áreas e apreendidos equipamentos e maquinários utilizados na ação criminosa, descapitalizando os infratores para evitar a reincidência.

Atualmente, em parceria com o Ministério Público do Estado (MPE), e Ministério Público Federal (MPF), quem desmata ilegalmente responde também nas esferas criminal e civil, além de processo administrativo.

Liberdade FM - Agência da Notícia