Geração de energia própria no campo tem retorno de investimento em quanto tempo?

Produtores rurais que geram a própria energia reduzem custos e ainda contribuem com a sustentabilidade do setor e do país. No entanto, de acordo com a “Associação Brasileira de Energia Solar” (Absolar), os agricultores representam apenas 13,7% de toda a potência instalada com a fonte alternativa.

Segundo o coordenador de Energias Renováveis do “Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná” (IDR-PR), Herlon Goelzer de Almeida, o baixo índice pode dar a falsa impressão de que o insumo não é importante ao agronegócio.

“Mas isso se justifica por uma questão bem simples: a geração distribuída no Brasil foi instituída em 2012 e o público urbano foi o primeiro que passou a procurar a gerar e o rural, como sempre teve a subvenção do custo da energia e ela sempre foi muito barata no meio rural, mas perdeu esse apoio no final de 2018 e início de 2019. A partir daí o meio rural passa a procurar a ter energia própria”, explica.

Almeida destaca que o cenário atual é de encarecimento da energia para todos, mas tem maior impacto no meio rural do que na indústria, comércio e residências, onerando o custo de vida e a produção agropecuária de quem mora no campo.

“É isso que justifica o estado do Paraná ter criado um programa próprio que incentiva os produtores a gerarem a sua própria energia”.

 

Viabilidade

O coordenador do IDR-PR afirma que os produtores sempre ficam preocupados com o valor a ser desembolsado, mas que devem dar mais importância ao retorno desse investimento. “No caso da energia, seja com biogás ou solar, é altamente viável para todos os produtores, desde aqueles que apenas moram no ambiente rural quanto aqueles que têm atividades eletro-intensivas, como são os casos da piscicultura de água doce, suinocultura, leite e, especialmente, a avicultura. Todas elas são altamente demandantes de energia”, detalha.

Segundo ele, os produtores que querem fazer biogás substituindo lenha ou outros produtos, recupera o capital investido de seis meses a um ano e meio.

“Quando o produtor usa a energia solar, recupera o investimento em torno de 42 a 44 meses ou em 60 a 72 meses quando ele toma crédito rural para fazer esse investimento”, informa Almeida.

Esses dados de viabilidade são baseados em mais de 2.200 projetos organizados pelo IDR Paraná. “Geração própria de energia no Brasil é o melhor tipo de investimento que alguém pode fazer”.

 

Canal Rural – Liberdade FM