Operação cumpre 21 mandados de prisão contra membros de facção suspeito de tráfico, tortura e homicídios em MT

A operação denominada Constantine deve cumprir 21 ordens de prisões preventivas e 14 de busca e apreensão, com objetivo de reprimir diversos crimes praticados por uma facção criminosa atuante na região.

Operação Constantine em Água Boa — Foto: Polícia Civil de Mato Grosso

Trinta e cinco ordens judiciais, entre mandados de prisão e busca e apreensão, são cumpridos pela Polícia Civil na manhã desta quinta-feira (3) na região de Água Boa, a 737 km de Cuiabá.

A operação denominada Constantine foi deflagrada pela Núcleo de Inteligência da Regional de Água Boa para cumprimento de 21 ordens de prisões preventivas e 14 de busca e apreensão, com objetivo de reprimir diversos crimes praticados por uma facção criminosa atuante na região.

Entre os crimes praticados pelo grupo criminoso estão o tráfico de entorpecentes, associação criminosa, associação para o tráfico, tortura e homicídio. Os trabalhos também buscam coletar provas para ajudar nos inquéritos instaurados pela delegacia de Água Boa.

As ordens judiciais foram expedidas pela 7ª Vara Criminal de Combate ao Crime Organizado de Cuiabá. Foram deferidas as prisões preventivas contra 21 alvos suspeitos de praticarem os crimes de tráfico e associação para o tráfico, além de integrarem a organização criminosa investigada.

A Justiça também concedeu as ordens de busca e apreensão domiciliar em 14 endereços ligados ao grupo investigado e o bloqueio de contas bancárias utilizadas para lavagem de dinheiro.

Investigações

As investigações sobre a atuação da facção iniciaram em 2019.

Com apoio da Diretoria e Inteligência da Polícia Civil, a equipe da Delegacia de Água Boa chegou a uma organização criminosa composta por detentos reclusos em unidades prisionais de Mato Grosso, entre elas na penitenciária Major Zuzi, em Água Boa, além de diversas pessoas que estão em liberdade e se aproveitam do poder auferido pela facção para praticarem o crime de tráfico de drogas.

De acordo com informações coletadas nas investigações, a organização criminosa é estruturada e se caracteriza pela divisão de tarefas entre seus integrantes, sendo responsável por significativa parcela de crimes praticados na cidade.

O grupo se associou com a intenção de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza mediante a prática de crimes cujas penas são superiores a quatro anos, em especial o tráfico de drogas e associação, entre outros.

As investigações apuraram ainda que o núcleo da organização investigada controlava o tráfico de drogas em Água Boa, realizando o tabelamento de preços de drogas como maconha e cocaína e o controle de boa parte dos pontos de venda e comercialização de drogas, conhecidos como 'bocas de fumo, biqueiras ou lojinhas'.

Líderes da organização criminosa, responsáveis por fazer o recolhimento dos valores destinados ao grupo, também foram identificados como '‘gerentes’' ou '‘disciplinas’' cuja função é fiscalizar, repreender e punir outros membros faccionados e moradores da região sob domínio e que violem as regras da facção criminosa, com a aplicação de punições vulgarmente conhecidas como “salves”.

Operação Constantine: as ações policiais devem ser constantes, permanentes no combate ao crime organizado e facções na região.

Fonte: g1.globo.com/mt