Fazenda usada por filho de Bezerra para se esconder vai a leilão

Deputado e esposa pegaram empréstimo com engenheiro para as eleições de 2010 e nunca pagaram

A Justiça determinou o leilão da fazenda São Carlos, do deputado federal Carlos Bezerra (MDB) e sua esposa Teté Bezerra, para pagar um empréstimo com o engenheiro Pedro Luiz Araújo Filho. A dívida atualizada passa de R$ 25 milhões.

A fazenda virou assunto nos últimos dias por ter sido usada pelo empresário Carlos Alberto Bezerra, filho do deputado, para se esconder após assassinar a companheira Thays Machado, de 44 anos, e o namorado dela, Wilian Cesar Moreno, de 30.

A propriedade, avaliada em R$ 55 milhões, está localizada no município de Campo Verde (a 131 km de Cuiabá) e possui dois mil hectares.

A decisão, publicada nesta semana, é assinada pelo juiz Octávio Oliveira Saboia Ribeiro, da 3ª Vara Cível de Cuiabá.

Através da presente decisão a avaliação do imóvel restou homologada, não havendo necessidade de atualização desta, assim restou homologado o valor do débito exequendo, considerando a data do cálculo (16.08.2022), ao que inexistindo pedido de adjudicação ou pedido de alienação particular, defiro o praceamento do imóvel penhorado, mediante hasta pública”, diz trecho da decisão.

Foram nomeados os leiloeiros Cirlei Freitas Balbino da Silva, Luiz Balbino da Silva e Joabe Balbino da Silva da Central de Praça e Leilão da Capital para cuidar dos trâmites do processo. 

Conforme a ação, a dívida foi contraída pelo casal para custear a campanha eleitoral de 2010, ocasião em que Bezerra e Teté foram eleitos para a Câmara Federal e Assembleia Legislativa, respectivamente.
No entanto, Pedro Araújo Filho alegou não ter sido pago e em 2014 entrou na Justiça para receber o valor.

Em 2021, o magistrado já havia determinado a penhora da fazenda para pagamento da dívida.

Carlos Bezerra chegou a oferecer imóveis que pertenceriam à empresa BRDU SPE Várzea Grande para quitar a dívida.

A oferta, no entanto, foi recusada pelo juiz, uma vez que nem Bezerra ou Teté constavam como sócios da empresa.

Em nova tentativa, o parlamentar propôs o pagamento por meio 14 lotes urbanos, que integram o Condomínio Florais da Chapada.

A proposta foi igualmente negada pelo juiz, tendo em vista que os imóveis  encontram-se registrados em nome da pessoa jurídica Ginco Óriom Incorporações Ltda. E eles não fazem parte do quadro de sócios da empresa.

 

MídiaNews — Liberdade FM