Mauro vê como perigoso para política faccionados infiltrados em partidos

O governador Mauro Mendes (União Brasil) demonstrou preocupação e classificou como perigoso os fatos investigados pela Polícia Civil, no âmbito da Operação "Apito Final", de pessoas ligadas a facções e infiltradas em partidos políticos com o objetivo de defender interesses da organização criminosa.

"Nós já sabíamos e estávamos trabalhando nos bastidores com isso. O crime organizado vem tentando infiltrar pessoas - não só em Mato Grosso, mas no Brasil inteiro - dentro da política e elegê-las em cargos importantes para influenciar o poder público por dentro. Isso vai demandar dos órgãos responsáveis ações mais contundentes para evitar que isso acontença", disse Mauro.

Presidente do União Brasil Mato Grosso, Mauro cobrou uma atuação da Polícia Civil, do Ministério Público e da Justiça para combater este tipo de ação.

A investigação da operação "Apito Final", conduzida pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), apontou que um grupo do Comando Vermelho de Cuiabá usava campeonatos amadores de futebol para realizar lavagem de dinheiro do tráfico de drogas.

O alvo principal da ação policial foi o faccionado Paulo Witer Farias Paelo, conhecido como “W. T.”, responsável por supostamente lavar dinheiro do tráfico com o time de futebol amador "Amigos do W.T.". Ele ocupa o cargo de tesoureiro no CV. Conforme a apuração dos policiais, Paulo e outras quatro pessoas presas na operação movimentaram cerca de R$ 65 milhões.

Entre os presos, estão Fagner Farias Paelo e o advogado Jonas Cândido da Silva, que se colocaram como pré-candidatos a vereadores por Cuiabá. A GCCO aponta que o CV usava as partidas de futebol amador, além de distribuição de cestas básicas, para conseguir apoiadores aos dois no bairro Jardim Florianópolis.

Inclusive, o advogado Jonas estava se preparando para filiar no União Brasil, partido presidido por Mauro. A legenda partidária cancelou o ato de filiação depois da divulgação da prisão dele pela operação Apito Final. "Ele foi desligado de imeadiato", confirmou a presidente municipal do partido e deputada federal, Gisela Simona, ao Midiajur.

O governador afirmou que os partidos políticos têm que estar atentos. "Muitas vezes, não temos os mecanismos adequados para perceber isso. Só uma investigação e uma materialização dessa investigação pode dar aos partidos, seja lá qual for - não só o União Brasil - elementos para recusar uma filiação e até impedir uma eventual candidatura", comentou.

Liberdade FM/Midiajur.com.br